Telemedicina para pacientes com doenças crônicas: mais qualidade no atendimento, por menor custo?
A tecnologia e a inteligência artificial trazem inovações e melhorias para muitas áreas da nossa vida. E é claro que na saúde não seria diferente. A Telemedicina ou Teleassistência tem apresentado diversos benefícios tanto para os pacientes quanto para os sistemas de saúde, seja na melhoria da qualidade dos atendimentos ou na redução de custos para todas as partes.
Quando se trata de pacientes com doenças crônicas, as economias ao longo dos anos trazem um montante muito relevante. E é por isso que no artigo de hoje vamos explicar tudo sobre a Telemedicina no tratamento de doenças crônicas.
O que são doenças crônicas?
De forma geral, doenças crônicas são aquelas de longo prazo, que levam mais de três meses para serem tratadas ou até curadas. A Organização Mundial da Saúde reconhece como doenças crônicas não transmissíveis: doenças cardiovasculares, respiratórias, diabetes, câncer, entre outras. Estas enfermidades representam as principais causas de mortalidade na América Latina.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes divulgados pelo Ministério da Saúde, por exemplo, 6,9% da população brasileira vive com diabetes, percentual que representa mais de 13 milhões de pessoas.
A vigilância constante de sintomas e sinais vitais é uma das principais formas de controle e prevenção a estas doenças e é, sobretudo neste ponto, que a telemedicina é tão importante.
O que é telemedicina e como funciona?
A telemedicina é uma maneira de quebrar a barreira geográfica para ampliar o acesso à assistência de saúde, por meio de tecnologias da informação e comunicação (chamadas no Brasil de TICs) – como videoconferências por computadores e smartphones ou a utilização de dispositivos tecnológicos de monitoramento.
Pode-se aplicar a telemedicina em algumas modalidades:
- A comunicação em tempo real pela internet entre médico e paciente para prestação de serviços de saúde para consultas de acompanhamento, por meio de smartphone, tablet ou computador – com interação de áudio e vídeo ao vivo.
- A realização de exames por outros profissionais (como assistentes ou enfermeiros) e o envio ao médico para avaliação remota e indicações de tratamento.
- Tecnologias que armazenam e encaminham dados, imagens e mensagens mantendo todas as informações reunidas em uma mesma plataforma.
- Dispositivos de monitoramento pessoal, que encaminham automaticamente as medições clínicas aos profissionais envolvidos no tratamento do paciente, em tempo real ou não.
Quais os benefícios para os pacientes?
Pacientes em situação crônica e seus familiares encontram muitas vantagens em aderir à telemedicina.
Redução dos deslocamentos
Como os pacientes crônicos demandam acompanhamento contínuo, podem realizar consultas periódicas online, sem a necessidade de se deslocar a hospitais ou consultórios. Um ganho de tempo, conforto e economia com transporte.
Estima-se que um paciente crônico se desloque cerca de 12 vezes ao ano ao consultório caso sua doença não esteja controlada, o que pode ser drasticamente reduzido com as consultas remotas.
Melhor comunicação entre médico e paciente
Os meios de comunicação virtuais permitem consultas mais prolongadas, com atenção total aos pacientes e troca de informações com agilidade. Uma mensagem pode ser enviada ao médico em caso de dúvidas, por exemplo, o que melhora a qualidade no controle da doença.
Velocidade no controle da doença
Atualmente, é possível ter em casa uma série de dispositivos eletrônicos para registro de frequência cardíaca, pressão arterial, peso corporal, níveis de glicose, colesterol, atividade do sono e outros.
Estes dados podem ser enviados aos médicos de forma automática, o que permite detectar rapidamente alterações nas condições dos pacientes e tomar atitudes imediatas.
Redução das transmissões de doenças contagiosas
Os pacientes com doenças crônicas não transmissíveis podem se prevenir contra infecções por doenças contagiosas passíveis de serem propagadas nos hospitais.
Com a pandemia do novo coronavírus tem sido possível avaliar como a telemedicina é fundamental para evitar que pacientes em estágio leve de doenças contagiosas necessitem ir ao hospital para se consultar. Isso reduz os riscos de novas contaminações e até que o estado do paciente se agrave, podendo ser tratado em casa.
Prontuário eletrônico
A telemedicina facilita a inserção e catalogação de dados do paciente em ambiente virtual e seguro. Todo o histórico do paciente crônico ficará disponível para os atendimentos médicos, com informações relevantes como dosagem de medicamentos, tratamentos, sintomas, registros da evolução da doença, histórico familiar, resultados de testes.
E para os hospitais e o governo, quais os ganhos?
Diversos estudos realizados em diferentes países mostram que a tecnologia da telemedicina contribui fortemente na redução do uso de atendimento primário nos prontos-socorros, internações hospitalares, visitas de emergência e taxas de morbidade.
Redução de custos desnecessários
Um relatório de 2015 do Goldman Sachs mostra que os Estados Unidos poderiam economizar U$ 305 bilhões anuais com a implantação da Internet das Coisas na área da saúde, sendo que deste valor, 200 bilhões de dólares são dedicados às doenças crônicas – o que representa 1/3 dos gastos totais do país em saúde, sobretudo com asma, doenças cardíacas e diabetes.
Por outro lado, o mercado de dispositivos de assistência médica poderia receber até US$ 32,4 bilhões em receitas de curto prazo.
No Mississipi, estado dos EUA que ganhou nota A nos índices da American Telemedicine Association (Associação Americana de Telemedicina), destaca-se um caso de teste com 200 pacientes em estado severo de diabetes tratados por meio da telemedicina. Os resultados nos primeiros seis meses de programa foram:
- 10.000 milhas (cerca de 16 mil km) em viagens poupadas pelos pacientes;
- Nenhum caso de remissão da doença;
- US$ 400 mil economizados do Estado com testes e médicos in loco;
- Redução em 1,7% nos testes de hemoglobina glicada A1C;
- Nenhuma visita de emergência ou hospitalização entre os participantes.
Os bons resultados do programa fizeram com que o Estado estendesse o programa em mais 5 anos, com previsão de economia de US$ 189 milhões em Medicaid (programa de saúde social dos Estados Unidos para famílias de baixa renda) a cada ano, apenas com a população diabética.
Redução das filas de espera
Como parte dos pacientes serão atendidos remotamente, a filas de espera em hospitais e consultórios se reduz, abrindo espaço para atendimento a outros pacientes em estado emergencial.
Redução nas taxas de mortalidade
Um grande estudo publicado no Telemedicine Journal and e-Health realizou 19 pesquisas empíricas em 10 países, entre 2000 e 2013, para verificação dos impactos da telemedicina em relação a doenças crônicas.
No caso da Insuficiência Cardíaca, por exemplo, os estudos mostraram uma redução de 15% a 56% na taxa de mortalidade em pacientes monitorados a distância e em muitos casos foi detectada a redução no uso dos serviços de saúde – internações, readmissões hospitalares, tempo de internação e visitas emergenciais.
Em relação a pacientes com AVC, o diagnóstico imediato, o rápido início do tratamento, a supervisão e o encaminhamento (quando indicado) são críticos para um resultado bem-sucedido. O estudo demonstra que as várias modalidades de telemedicina focada em AVC reduziram a mortalidade na faixa de 25% durante o primeiro ano após o evento.
Redução de custo com médicos especializados
Em casos mais graves, os pacientes que necessitarem ir ao hospital podem ser atendidos por profissionais com menor especialidade ou enfermeiros, através da utilização de equipamentos de vídeo. O médico poderá fazer a avaliação a distância e dar o diagnóstico.
Um exemplo é o uso do nasofaringoscópio, um instrumento de fibra ótica utilizado por otorrinolaringologistas, que transmite a imagem do exame por vídeo e pode ser muito útil em caso de doenças respiratórias crônicas.
Maior especialização para exames
Laboratórios de diagnóstico podem oferecer exames sem contar com a necessidade de um médico especialista para dar o laudo final.
Testes mais específicos são realizados em menor quantidade, já que muitas vezes é inviável financeiramente contar com a presença de um profissional altamente especializado para fornecer o laudo diariamente na clínica.
Com a telemedicina, o laboratório pode terceirizar apenas o laudo médico, sob demanda.
Atendimento a regiões remotas
Comunidades isoladas ou regiões rurais que dispõem de menos acesso a hospitais são as mais beneficiadas pela telemedicina.
Ao invés de gastar horas na estrada ou em barcos para se deslocar periodicamente durante o acompanhamento à doença crônica ou procurar por especialistas, pode-se fazer a consulta remota e adquirir medicamentos na comunidade local.
O mesmo vale para as unidades de saúde locais, que não necessitarão de dispender grandes quantias de dinheiro com equipamentos.
Liberação de leitos
Alguns pacientes crônicos necessitam de acompanhamento diário dos sinais vitais, porém não há necessidade de fazer a recuperação no hospital. Com uma estrutura de leito em casa e equipamentos, é possível fazer o monitoramento com envios automáticos ao médico, além de monitoramento pessoal com acionamento de alarmes em caso de emergência.
Quais as dificuldades?
A telemedicina no Brasil e no mundo ainda enfrentam algumas barreiras que podem (e devem) ser quebradas ao longo do tempo e que perpassam, sobretudo, por questões sociais e culturais.
- Uma pesquisa do IBGE de 2020 mostra que 25% da população brasileira não tem acesso à internet, dificultando a frequência nas consultas;
- Quando focamos na zona rural do país, este índice sobe para 53,5%;
- Núcleos populacionais mais isolados não estão capacitados para utilizar a tecnologia de videoconferência e teleassistência;
- Falta de apoio governamental e legislações dedicadas à teleassistência.
Adesão da terceira idade
Um dos questionamentos em relação à telemedicina é a adesão dos idosos, devido à dificuldade com o uso das tecnologias. De acordo com o relatório do Goldman Sachs, porém, a adesão das pessoas com mais de 65 anos aos smartphones subiu de 18% em 2014 para 25% em 2015.
Uma pesquisa da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) publicada em 2019 também mostra que 58% dos idosos no Brasil possuem acesso à internet nos smartphones.
Os dados mostram que as habilidades com a tecnologia vêm aumentando e que se torna cada vez mais fácil utilizar de monitoramento e videoconferências via aplicativos de celular. O maior desafio, no entanto, é aumentar a capilaridade do acesso à internet, sobretudo nas áreas mais isoladas dos centros urbanos.
Telemedicina no Brasil
Desde 2007, o governo brasileiro, por meio do Ministério da Saúde, tem investido no Programa Telessaúde. Com o objetivo de fortalecer o acesso e a qualidade de atendimento básico à saúde do SUS, o programa tem se dedicado a algumas frentes:
- Inovação em saúde digital, para encontrar iniciativas e tecnologias para resolução de problemas crônicos ou de difícil solução pelos métodos usuais;
- Teleconsultoria para profissionais e gestores da saúde;
- Telediagnóstico, para realização de exames à distância;
- Telemonitoramento, que inclui a coleta de dados clínicos e controle de transmissão;
- Telerregulação, para investimento em legislações para a modalidade;
- Teleducação para capacitar e promover aprendizagem para profissionais da área da saúde.
Mas foi apenas em 2020, com a chegada da pandemia do COVID-19, que a telemedicina foi regulamentada no país em caráter emergencial.
Como é possível concluir, os investimentos em telemedicina podem ser mutuamente benéficos – tanto para pacientes como para os sistemas de saúde – e com os avanços tecnológicos atuais esta modalidade de atendimento será cada vez mais comum e necessária para os tratamentos de pacientes com doenças crônicas.
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