As quedas na terceira idade, infelizmente, são muito comuns. O Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), mostra que 25,1% dos entrevistados já sofreram uma queda, sendo que a maioria foi registrada em mulheres com mais de 75 anos.
Deste número, 1,8% resultou em fratura de quadril ou fêmur e, entre as pessoas com fraturas, cerca de um terço precisou passar por cirurgia para colocação de prótese.
Os índices de quedas na terceira idade são alarmantes. Por isso, no artigo de hoje vamos mostrar quais os riscos atrelados à queda nesta fase da vida e como evitá-la.
Quedas na terceira idade: fatores de risco
Todas as pessoas estão susceptíveis a quedas durante a vida, mas na terceira idade o problema se torna mais sério. Além dos riscos de fraturas e feridas, é preciso ficar atento a alguns fatores:
1. Queda pode indicar problemas ocultos
Uma queda pode ser um sinal de outro problema médico, que precisa de investigação e tratamento. Uma pessoa idosa pode estar com os ossos enfraquecidos, com riscos de osteoporose, artrose e fragilidade no quadril, por exemplo.
Ou, ainda, apresentar outras doenças que aparentemente podem não se relacionar à estrutura física, mas que podem levar a tonturas e quedas, como:
- Desidratação;
- Infecção do trato urinário assintomática;
- Anemia;
- Labirintite;
- Doenças coronárias e de circulação sanguínea;
- Alterações neurológicas, como doença de Parkinson, esclerose múltipla e mal de Alzheimer.
Veja dicas de segurança para idosos com Alzheimer.
2. Maior risco de novas quedas
Idosos que caíram uma vez estão mais propensos a novos acidentes. Portanto, logo após a primeira queda, é preciso ir ao médico e realizar exames de check-up e tomar medidas como acompanhamento de um fisioterapeuta.
3. Consequências psicológicas
Além dos impactos físicos, a queda pode levar a um medo de cair novamente. Com isso, muitos idosos abandonam as atividades físicas, caminhadas ao ar livre, compromissos em família e com amigos e se mantêm cada vez mais reclusos.
O medo, portanto, pode levar ao sedentarismo, impactar a vida social e ainda ocasionar distúrbios mais graves como depressão e ansiedade.
4. Acompanhamento da pressão sanguínea
A pressão baixa ou alta é um fator de alto risco a quedas, tonturas e desmaios. A hipertensão arterial tem índices altos no país (cerca de 35% da população brasileira, 50% das pessoas com mais de 65 anos e 80% das com mais de 75), e pode levar a AVC e outras enfermidades.
Por isso, é importante fazer um acompanhamento periódico com um cardiologista, já que é uma doença muitas vezes silenciosa.
5. Revisão de medicamentos
Muitas vezes os medicamentos que os idosos estão tomando podem aumentar o risco de queda. Sendo assim, é preciso avaliar com o médico quais são e reduzir a dosagem ou até modificar para uma opção mais segura.
- Sedativos;
- Tranquilizantes;
- Medicamentos para dormir;
- Medicamentos antipsicóticos;
- Medicamentos para pressão arterial e diabetes;
- Analgésicos.
Como evitar quedas na terceira idade
Ciente dos riscos, é importante se proteger. Sendo assim, confira formas de prevenção às quedas em idosos no dia a dia:
Proteja sua saúde
Como vimos, a prevenção de quedas na terceira idade começa nos cuidados básicos com a saúde no dia a dia. Procure manter hábitos saudáveis para que as doenças silenciosas não se manifestem.
Pratique atividades físicas
Ao praticar exercícios físicos regularmente, o idoso fortalece os músculos, ganha consciência corporal e equilíbrio, além de evitar tonturas e manter o cérebro ativo.
O Yoga é uma das práticas mais completas e traz diversos benefícios para mente e corpo, sendo um ótimo auxílio na prevenção de doenças e quedas.
De acordo com material publicado na Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, a prática de atividades físicas regulares por um período de três a nove meses reduz a probabilidade de queda em 10%.
Além disso, aulas de Tai Chi Chuan, que são focadas em equilíbrio, diminuem o risco de cair em até 37%.
Alimente-se bem
É importante que a alimentação também seja balanceada para garantir que o corpo receba todas as vitaminas e minerais necessárias para seu bom funcionamento. Cálcio e vitamina D são extremamente importantes na prevenção de quedas, já que mantêm os ossos fortificados.
A absorção de vitamina D no corpo é feita sobretudo com a exposição ao Sol em horários seguros (antes das 10h e depois das 15h), mas alguns alimentos também são ricos no nutriente. Veja quais as principais fontes de vitamina D.
Cuidados coletivos
Além das formas de prevenção que podem aplicar às nossas vidas, é preciso que haja um esforço coletivo para ampliar a acessibilidade das pessoas com mobilidade reduzidas nas ruas brasileiras.
A pressão sobre as autoridades para a manutenção das calçadas, a instalação de faixas de pedestres, manter o caminho de pedestres livres de obstáculos – como entulhos e caçambas – a colocação de corrimão em escadas e rampas, dentre outras.
Como se proteger em casa?
Apesar de muito frequentes nas ruas, as quedas de idosos em domicílio são as mais comuns. Com isso, mudanças na rotina e nos hábitos em casa podem ser cruciais para evitar acidentes.
Segundo a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, criada pelo Ministério da Saúde em 2017, são 9 as principais formas de prevenção às quedas na terceira idade em casa:
- Evitar tapetes soltos e utilizar tapetes antiderrapantes no banheiro;
- Colocar corrimão nos dois lados de corredores e escadas;
- Evitar o trânsito por locais com piso úmido;
- Evitar móveis e objetos espalhados pela casa, que dificultem a passagem;
- Usar sapatos fechados com solado de borracha, que evitam escorregões.
- Evitar passar cera no piso;
- Na parte da noite, deixar uma luz acesa, para o caso de precisar se levantar
- Colocar o telefone em local de fácil acesso;
- Utilizar instrumentos de apoio, como bengalas e muletas, se necessário.
O que fazer após uma queda de idoso?
Caso o idoso sofra uma queda, é importante saber se ele sente alguma dor e se está consciente. Também é válido evitar grandes movimentações, a pessoa deve ficar imóvel o quanto puder para evitar complicações.
Se possível, chame uma ambulância. É importante fazer exames para verificar possíveis fraturas e hematomas, já que, nessa faixa etária, esses problemas são mais graves.
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